A história era exatamente sobre os sonhos dela, todas as histórias eram... Não porque eram importantes ou que fizessem diferença a alguém... Mas porque eram únicos, significativos. Sonhos que nunca se perderam, nem com o tempo, nem com a idade.
Nessa peça, quando ela parava de correr e olhava para as borboletas, algo totalmente sem explicação acontecia, as borboletas que eram brancas por causa do papel ganhavam cor aos poucos, até todas estarem completamente coloridas e ficarem incrivelmente inspiradoras. Como poderia um papel ganhar cor tão subitamente e sem o uso de nenhum efeito conhecido... Simplesmente ao vivo para que todos pudessem ver?
Ela se sentava sob uma árvore e dava vida a seus devaneios, coloridos e sinceros... Tinha tanto sonhos... E a platéia se enchia de suspiros. Talvez por acharem belo os sonhos ou simplesmente por terem inveja dela, que conseguia sonhar e fazia isso parecer tão fácil... Se pudesse, a garota daria um sonho a cada alma e faria com que os medos fossem feitos de ar, para que desaparecessem... Triste era lembrar que nem todos tinham tempo para a eternidade...
A peça terminava antes do fim... Afinal, ainda não há um fim... E antes que as cortinas voltem a se fechar, a garota sorri para todos que nela olham, sorrindo para quem não gostava dela e sentia inveja e também para os que queriam estar ao lado dela. Ninguém ainda sabe o que pode acontecer, ninguém descobre ao final da peça se ela realizou algum de seus sonhos, porque a peça sempre acaba antes do fim...