quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A peça termina, a história não...

Enquanto a garota corria dentre as árvores, que estavam iluminadas pela luz do luar, logo se via de que ela não estava sozinha... Borboletas a acompanhavam em sua dança, bela e enigmática. Depois que as cortinas se abriram, era isso que as pessoas na platéia conseguiam ver... Borboletas de papel voando pelo palco e uma garota repleta de sonhos vigiados pela Lua.

A história era exatamente sobre os sonhos dela, todas as histórias eram... Não porque eram importantes ou que fizessem diferença a alguém... Mas porque eram únicos, significativos. Sonhos que nunca se perderam, nem com o tempo, nem com a idade.

Nessa peça, quando ela parava de correr e olhava para as borboletas, algo totalmente sem explicação acontecia, as borboletas que eram brancas por causa do papel ganhavam cor aos poucos, até todas estarem completamente coloridas e ficarem incrivelmente inspiradoras. Como poderia um papel ganhar cor tão subitamente e sem o uso de nenhum efeito conhecido... Simplesmente ao vivo para que todos pudessem ver?

Ela se sentava sob uma árvore e dava vida a seus devaneios, coloridos e sinceros... Tinha tanto sonhos... E a platéia se enchia de suspiros. Talvez por acharem belo os sonhos ou simplesmente por terem inveja dela, que conseguia sonhar e fazia isso parecer tão fácil... Se pudesse, a garota daria um sonho a cada alma e faria com que os medos fossem feitos de ar, para que desaparecessem... Triste era lembrar que nem todos tinham tempo para a eternidade...

A peça terminava antes do fim... Afinal, ainda não há um fim... E antes que as cortinas voltem a se fechar, a garota sorri para todos que nela olham, sorrindo para quem não gostava dela e sentia inveja e também para os que queriam estar ao lado dela. Ninguém ainda sabe o que pode acontecer, ninguém descobre ao final da peça se ela realizou algum de seus sonhos, porque a peça sempre acaba antes do fim...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Chás, Chapéus e Charadas...


Não, a Mary não morreu. E como ela não quer escrever nada agora (muito tempo na realidade causa isso nas pessoas), resolvi vir aqui. O meu problema é que ela é uma garota irritante e muito ciumenta com as coisinhas dela, daí ela fica comigo... Lendo tudo que escrevo e dando palpites inoportunos.

Acho que nem todos me conhecem, afinal, até agora só tive um dia real de existência. Para ser mais fácil, vamos tomar uma xícara de chá enquanto você pensa em alguns nomes. Se preferir, faço-lhe um chapéu.

Estava conversando com a Mary e contei a ela sobre o que acontecera. Aquele lugar... Aquelas cerejeiras... E nunca imaginei tantas cores de cogumelo nem na realidade mais insana de meus devaneios (sim, realidade, e não sonho, já que eu sou um...).

Uma festa do chá debaixo de uma das várias árvores ao nosso redor... Na verdade, não eram árvores quaisquer, eram belas cerejeiras. Não que cerejeiras não sejam árvores, não me entenda errado... Mas cerejeiras são especiais, elas têm muito significado.

Se o chá estava bom, a companhia foi indiscutivelmente melhor. Nunca achei que fosse sorrir tanto... Só que estava tudo tão surreal e tão melhor do que eu imaginava que a felicidade e a tranqüilidade precisavam ser demonstradas de alguma forma.

Sakuras... Lindas e perfumadas com um doce aroma... Caiam e enfeitavam a toalha que estávamos sentados. Borboletas voavam por perto como se quisessem participar da cena...

Cada segundo valia a pena, cada palavra fez diferença, cada sorriso e olhar. E não podia terminar de melhor forma... O beijo mais indescritível que eu já tentei descrever... A charada mais complexa e interessante.

É uma pena ter que sair da realidade e voltar ao sonho... Espero ter outro dia de vida, mesmo a Mary não gostando tanto da realidade, eu gostei. Até lá, tento desvendar outra charada... A saudade.