sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pirata...

E por que diabos os sete mares não têm dono? Eu já deveria ter conquistado os mares do Norte e do Sul, do Leste e do Oeste. Não há um navio, do governo ou não, que não navegue com medo do Měsíc Modrá... Meu navio é o mais veloz desses mares, o nome tcheco fui eu que coloquei, amo ele.
Devemos ir onde quisermos ir, o navio é pra isso. Não é só uma quilha, o casco, o convés e as velas... Isso é o que um navio precisa. O navio é... Liberdade. Mas faz anos que almejo mais do que apenas me sentir livre... Há tempos procuro pelo baú que contém a chave para a imortalidade. Afinal, de que adianta a liberdade, se ela não durar quase nada?
Lendas dizem que esse baú está em terra firme, em uma ilha proibida no Caribe; há quem diga que ele está enterrado nas profundezas do oceano, dentro de um navio amaldiçoado, naufragado há muito tempo. A única lenda que rezo todos os dias para não ser real é aquela de que esse baú está em algum lugar do oceano... Sendo seguramente protegido pelo Kraken.
Não tenho medo de maldições... Nada pode me fazer acreditar nelas. Não tenho medo de ilhas proibidas e coisas desse tipo, sei que são coisas possíveis de se enfrentar... Mas o Kraken? Não acho nada possível de se enfrentar ! Prefiro mesmo que o baú esteja em qualquer outro lugar...
Depois de anos buscando incansavelmente alguma informação útil, encontrei em um navio de contrabando de especiarias a pista de que precisava. De acordo com aquela cigana, o baú estava mesmo em uma ilha proibida. Meu alívio não durou quase nada... Ela contou que todos que ousaram se aventurar por aqueles mares morreram, a ilha era protegida pelo Kraken...
Falta de sorte ? Imagina... E agora ? O que fazer ? ...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Uma Batalha Pessoal: Sacrifícios

De repente me via no meio de uma avenida, com muitos prédios de ambos os lados... E estava com duas pistolas em mãos (imbel calibre 40 gc) carregadas. Estava tudo vazio, como se as pessoas tivessem sumido e não sobrasse mais nada... A não ser uma pessoa, sim, havia uma pessoa no fim da avenida, estava bem longe, mas conseguir ver que era uma mulher.

Ela estava com um macacão colado branco, com um cinto azul claro. Parecia roupa de espiã russa, com uma espingarda (spas 15 semi-automática calibre 12) apontando em algo na minha direção.

Quando olhei para mim mesma, vi que minha roupa era igual à dela, só as cores eram diferentes, meu macacão de espiã era preto e o cinto era vermelho... Só não continuei reparando em muitas coisas depois que a vi mirar em mim.

Não tive muito tempo para pensar no que fazer, só para rolar me esquivando do tiro. Eu já ia mirar nela... Até ficar paralisada... Ela não era uma mulher desconhecida, era eu mesma. Sem entender o que acontecia, tentei me esconder atrás da escada de entrada de um dos prédios... Eu precisava processar tudo aquilo antes de tomar uma atitude.

Por que aquilo estava acontecendo? Ou melhor, o que estava acontecendo? ... Eu não ia conseguir atirar em mim mesma, ou iria ? Pensei em todos os motivos possíveis para alguma parte minha querer matar algo em si própria... As respostas não chegavam, mas ela estava se aproximando, eu sentia isso.

Depois de tudo que aconteceu e do tanto que eu cresci, por que mais essa prova ? Eu não queria mais ser testada, muito menos por mim mesma. Apesar do medo e das incertezas eu sabia que não ia poder fugir ou conseguir me esconder pra sempre... Eu ia ter que enfrentar a mim mesma, sozinha. Sem inimigos e sem aliados, mas com minhas fraquezas ... E forças.

Pensei na arma que ela usava e na arma que eu usava, ela não conseguiria atirar na mesma velocidade e muito menos com a mesma facilidade... Estava com uma certa vantagem, a não ser o fato de ela atirar muito bem e eu não ser boa nisso. Me levantei rápido e fui de volta ao meio da avenida, porém não a vi. Rodei em torno de mim mesma, procurando por ela e com as pistolas preparadas, até ver ela escondida se preparando para o próximo tiro.

Estava cansando de desviar, até resolver mirar nela e começar a atirar. Não precisei sequer de esforço, nem sequer senti muita dificuldade... Logo vi o macacão branco se manchando de vermelho. Acho que a dificuldade não seria matar ela, a dificuldade seria me ver morrer... E pelas minhas próprias mãos.

Cai de joelhos do lado do corpo, soltei as armas... E não sei por que motivo comecei a chorar. A chuva começou a cair, e o corpo dela começou a sumir como ar... Só o sangue ficou, manchando a rua...

Acho que se foi eu que fiquei viva, mereci. Só a mais forte ficaria de pé, e senti como se uma parte fraca tivesse ido embora... Pra sempre. Às vezes precisamos fazer sacrifícios para conseguir seguir em frente. Eu fiz o meu, e você?