sábado, 4 de dezembro de 2010

Sonho versus realidade...

Às vezes ... Pulamos porque temos esperança. Não caímos no buraco do coelho por curiosidade, mas porque às vezes, quando conhecemos o que há lá, pulamos por vontade própria.
Quando a imaginação é melhor que a realidade, não se pode ser culpado por sonhar e viver entre ilusões e criações próprias. Eu não me culpo, afinal, o que tem de mau em todo dia ser 6 horas da tarde? Depois de brigar com o Tempo, todo dia é hora do chá. Café, chá, bolo, pão, manteiga... Se não fossem as xícaras, bules, pratos e talheres sujos e quebrados pela mesa, não teria lá muitos motivos pra me estressar, porém não há tempo para limpar a mesa, só pra trocar de lugar e tomar mais chá.
Não ligo sequer quando sou ameaçada de perder minha cabeça ! Qualquer coisa é melhor que a realidade e minha cabeça nunca foi realmente cortada, mesmo depois de tantos decretos. Ok, pode parecer louco, aliás, maluca, mas aqui isso é normal. Se a realidade fosse boa, os gatos teriam um sorriso de orelha a orelha... Aqui existe até sorriso sem gato !
Minha conclusão seria, obviamente, que não houve momento onde a realidade fosse melhor que a imaginação. Pelo menos pra mim... Apesar de que não me lembro de ter ido muito à realidade...
Sonhar é necessário e essencial, a única dor de cabeça que isso pode te causar é quando você começa a pensar se é realmente seu sonho, ou se alguém está sonhando com você. Vai que alguém esteja sonhando com você e a pessoa em questão acorde? Talvez você desapareceria, iria explodir, se apagar feito vela, não sei.
Enfim... Imaginação, ilusão, criatividade, fantasia, sonho ... Por mais que pareçam loucura ou que não tenham sentido... Se não sonharmos coisas impossíveis muitas coisas realmente nunca irão acontecer. Podemos sim acreditar em coisas impossíveis ! Hoje em dia eu acredito no mínimo meia hora por dia. Tem ocasiões em que consigo acreditar em até seis coisas impossíveis antes de tomar café da manhã !
Espero que tenham entendido algo do texto... Já adivinhou a charada?...


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Esconderijo de histórias e livros...

Definitivamente é melhor eu escrever sobre tudo que eu imagino, porque a realidade consegue ficar cada vez pior pra mim. Parece que nem as máscaras estão ajudando, afinal, nem as lágrimas eu estou segurando mais...
Às vezes, ou melhor, sempre me pergunto por que sou tão fraca e chorona !? Estou frustrada com isso. E o melhor de tudo é que não consigo mudar... Imagine só, uma adolescente dramática e depressiva ? Garanto que essa é a pior combinação que existe... Meu mundo de sonhos vira esconderijo, uma forma covarde e nada madura de fugir dos problemas e aflições.

Eu fecho os olhos e é como se eu tivesse em uma sala escura, cheia de palhaços... Cada um com um balão em uma mão e uma agulha bem pontuda na outra... Olhando pra mim como se quisessem dizer “Vamos furar esse balão... A próxima é você”. Quem me conhece sabe o que isso representa pra mim.

Se eu nunca mais voltar à realidade, por favor, não me culpem... Dessa vez sou inocente.


Beijos a todos e nos vemos do outro lado do espelho...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Porque meu coração é como um oceano

Estava andando à tarde pelos trilhos de trem abandonados, me equilibrando como fazem as crianças no meio-fio... Quando o tempo fechou e a chuva começou a cair. Não parei, já estava encharcada mesmo, e não queria ter de voltar... Os pingos que tocavam minha pele me deixavam aliviada, afinal, eu não estava morta... E com a água tocando meu corpo eu tinha certeza disso.

Tudo, de repente, ficou em preto e branco a minha volta e em câmera lenta. As gotas da chuva caiam bem lentamente... Como se tivessem apertado um botão no controle remoto que fizesse o filme ir devagar.

Andando pelos trilhos molhados, reparei, tardiamente, que tudo voltara ao normal e que a chuva já havia parado. Percebi que estava sozinha há muito tempo, em um outro lugar onde não tinha ninguém além de mim e meus pensamentos. Quando vi que, se gritasse, ninguém apareceria, fiquei tão frustrada...

Acho que estava dentro da minha própria cabeça, onde não importa o quanto eu grite... Só enlouqueço cada vez mais. O medo e a angustia não doem mais apenas no peito e eu não sei pra onde correr, porque mesmo quando tudo parece bem, algo me fere como uma adaga no coração, como se eu nunca pudesse ficar plena.

Não sei por que não estou em um mergulho em pleno oceano... Pois sinto uma pressão me esmagando por dentro e um medo de que em qualquer momento uma criatura pode vir e me estraçalhar... Ou que eu possa morrer sem ar. Mas acho que esse vazio dos trilhos é pior... É, realmente é pior...

Eu nem deveria estar assim aqui dentro, sei que não estou sozinha...


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Liberdade

Em meu cavalo negro como a noite, eu cavalgo dentre a floresta procurando por algo. As árvores passam como um borrão sob a luz da Lua e eu não consigo pensar em mais nada a não ser me sentir livre. Como se algo me chamasse em algum lugar, me sinto como se tivesse de chegar lá... Sem saber meu destino.
Ouço violinos em meus pensamentos, ouço flautas, ouço pássaros acompanhando uma melodia que só as flores estavam destinadas a ouvir. O vento em meu rosto logo deixa de ser meu único sinal de que estou viva e a chuva começa a cair com intensidade... Gotas pratiadas com o luar caem sobre minha pele enquanto ponho minha capa roxa e a amarro no pescoço.
Fico mais próxima que posso do meu cavalo, sentindo o pelo dele no meu corpo, como se as vontades dele de correr fossem como as minhas, como se fossemos apenas uma criatura... Querendo ser livre, correr na chuva, ouvir as melodias de uma floresta em uma noite de luar.
Escuto vozes sussurrarem nos meus ouvidos... Vozes que me deixam com um aperto no coração, vozes que estão tão intensas quanto à chuva. Lágrimas caem do meu rosto e sinto-as quentes... Contrastando com a chuva gelada em minha pele. Seguro meu cavalo mais forte ainda... Como se o abraçasse, e eu precisava desse abraço.
Em poucos minutos me vejo fora da floresta, em meio a um campo aberto, cheio de dentes-de-leão, centaureas, glicínias, gencianas e damas da noite perfumando o lugar... A chuva havia parado e senti o sol nascendo no horizonte a minha frente.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A peça termina, a história não...

Enquanto a garota corria dentre as árvores, que estavam iluminadas pela luz do luar, logo se via de que ela não estava sozinha... Borboletas a acompanhavam em sua dança, bela e enigmática. Depois que as cortinas se abriram, era isso que as pessoas na platéia conseguiam ver... Borboletas de papel voando pelo palco e uma garota repleta de sonhos vigiados pela Lua.

A história era exatamente sobre os sonhos dela, todas as histórias eram... Não porque eram importantes ou que fizessem diferença a alguém... Mas porque eram únicos, significativos. Sonhos que nunca se perderam, nem com o tempo, nem com a idade.

Nessa peça, quando ela parava de correr e olhava para as borboletas, algo totalmente sem explicação acontecia, as borboletas que eram brancas por causa do papel ganhavam cor aos poucos, até todas estarem completamente coloridas e ficarem incrivelmente inspiradoras. Como poderia um papel ganhar cor tão subitamente e sem o uso de nenhum efeito conhecido... Simplesmente ao vivo para que todos pudessem ver?

Ela se sentava sob uma árvore e dava vida a seus devaneios, coloridos e sinceros... Tinha tanto sonhos... E a platéia se enchia de suspiros. Talvez por acharem belo os sonhos ou simplesmente por terem inveja dela, que conseguia sonhar e fazia isso parecer tão fácil... Se pudesse, a garota daria um sonho a cada alma e faria com que os medos fossem feitos de ar, para que desaparecessem... Triste era lembrar que nem todos tinham tempo para a eternidade...

A peça terminava antes do fim... Afinal, ainda não há um fim... E antes que as cortinas voltem a se fechar, a garota sorri para todos que nela olham, sorrindo para quem não gostava dela e sentia inveja e também para os que queriam estar ao lado dela. Ninguém ainda sabe o que pode acontecer, ninguém descobre ao final da peça se ela realizou algum de seus sonhos, porque a peça sempre acaba antes do fim...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Chás, Chapéus e Charadas...


Não, a Mary não morreu. E como ela não quer escrever nada agora (muito tempo na realidade causa isso nas pessoas), resolvi vir aqui. O meu problema é que ela é uma garota irritante e muito ciumenta com as coisinhas dela, daí ela fica comigo... Lendo tudo que escrevo e dando palpites inoportunos.

Acho que nem todos me conhecem, afinal, até agora só tive um dia real de existência. Para ser mais fácil, vamos tomar uma xícara de chá enquanto você pensa em alguns nomes. Se preferir, faço-lhe um chapéu.

Estava conversando com a Mary e contei a ela sobre o que acontecera. Aquele lugar... Aquelas cerejeiras... E nunca imaginei tantas cores de cogumelo nem na realidade mais insana de meus devaneios (sim, realidade, e não sonho, já que eu sou um...).

Uma festa do chá debaixo de uma das várias árvores ao nosso redor... Na verdade, não eram árvores quaisquer, eram belas cerejeiras. Não que cerejeiras não sejam árvores, não me entenda errado... Mas cerejeiras são especiais, elas têm muito significado.

Se o chá estava bom, a companhia foi indiscutivelmente melhor. Nunca achei que fosse sorrir tanto... Só que estava tudo tão surreal e tão melhor do que eu imaginava que a felicidade e a tranqüilidade precisavam ser demonstradas de alguma forma.

Sakuras... Lindas e perfumadas com um doce aroma... Caiam e enfeitavam a toalha que estávamos sentados. Borboletas voavam por perto como se quisessem participar da cena...

Cada segundo valia a pena, cada palavra fez diferença, cada sorriso e olhar. E não podia terminar de melhor forma... O beijo mais indescritível que eu já tentei descrever... A charada mais complexa e interessante.

É uma pena ter que sair da realidade e voltar ao sonho... Espero ter outro dia de vida, mesmo a Mary não gostando tanto da realidade, eu gostei. Até lá, tento desvendar outra charada... A saudade.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Gelo ao mar...

Parada aqui, sozinha neste lugar, me sinto com um certo aperto no peito. Se fosse mais fraca eu já teria pulado daqui de cima desse penhasco até a água lá em baixo... Só que, por outro ponto de vista, sou fraca demais, já que não consigo deixar tudo para trás e pular. O que aconteceria se eu pulasse daqui para o mar, afinal?
Às vezes é tão mais fácil fugir e se esconder do que enfrentar os problemas... Por isso estou no meio dessa floresta, nesse dia nublado e frio, como todos os outros dias aqui, e olhando a paisagem em cima de um penhasco... Muito tentador, caso queira uma opinião sobre.
O mar está muito agitado hoje, como se refletisse meu coração... As ondas estão fortes, o vento soprando um ar gelado nas minhas bochechas. É tão ruim estar, mas principalmente, se sentir sozinha em dias assim... Por isso resolvi vir a este lugar, é mais fácil se enganar achando que está sozinha por opção, sendo que, em qualquer outro lugar, você teria certeza de que não tem ninguém ali do seu lado que te faça companhia... É menos doloroso, se é que você me entende.
Nossas escolhas têm 50% de chance de estarem erradas... Engraçado é que só a minha forma de me expressar já mostra que sou uma pessimista, afinal, não disse que se tem 50% de chances de acertar...
Por que eu, pessimista e dramática e com mais outras muitas características frustrantes, não mergulhei para um fim ao frio e a solidão ? É só um salto... Tem horas que, olhando lá pra baixo, não parece ser tão alto quanto realmente é, não chega a dar medo...
Se você lê esse texto, você tem a prova de que não pulei... Eu joguei uma jóia ao mar, apenas. Na verdade, não era bem uma jóia, era só um pequeno objeto insignificante... Um coração entalhado no gelo, ou um coração de gelo, se preferir. Ele sumiu na água e eu me virei, de costas para o penhasco e de frente para a floresta, seguindo a trilha até a estrada.
Acho que não foi uma perda... Mas não sei se foi o certo. Tenho apenas 50%, lembra ? E eu sempre tomo os caminhos mais fáceis, esse foi apenas mais um. Talvez tenha sido também apenas mais uma forma de me enganar ou de fugir, mas quem se importa ?
A sorte (ou o azar) foi lançada ao mar. Não sei se alguém vai achar... Na verdade, não sei sequer se alguém iria perder tempo pra procurar... Procurar por gelo... Meu coração de gelo.

terça-feira, 30 de março de 2010

Baile de Máscaras

Um tempo atrás havia chego algo pra mim no correio... O envelope era dourado, com detalhes pretos e uma letra muito bonita e a carta era preta, com letras douradas e exalava um certo perfume, doce e maravilhoso. Era um convite, convite para um baile de máscaras... Uma festa clássica e elegante.
Junto à carta havia também um mapa e um pequeno convite para entregar na entrada da festa. Qualquer outra pessoa que visse o mapa acharia que aquilo era tudo uma grande brincadeira, mas eu logo percebi que seria a festa da minha vida, afinal, o mapa simplesmente levava ao espelho mais antigo da cidade, que ficava em uma casa abandonada, porém conservada, não muito longe de casa.
Fui para o meu quarto e entrei pelo espelho... Corri até a porta baralho, mentalizando a festa a todo momento. Meu plano deu certo, abri a porta e, do outro lado, vi um closet gigantesco, com máscaras incríveis que deixariam todos no carnaval de Veneza com muita inveja, e também vestidos confeccionados com espartilhos. Era simplesmente tudo que eu sempre sonhei, várias escolhas que me fariam chamar a atenção que eu queria.
Fiquei muito tempo lá, escolhendo a máscara e o vestido perfeitos até que achei exatamente o que eu imaginava. A máscara veneziana escondia metade do meu rosto, deixando a boca à mostra... Azul turquesa com detalhes em roxo e três pontas em tecido que tinham nas pontas adornos com guizos. O vestido era lindo, tomara-que-caia preto com amarração na frente em fita de cetim roxo, no mesmo tom da máscara, longo e, ainda assim, provocante.
No dia do baile, fiquei no meu quarto me maquiando escondido, já que ninguém podia saber. Fiz a maquiagem perfeita e puis os acessórios... Depois que estava tudo certo, resolvi pôr o vestido e arrumei o cabelo. Por fim, coloquei a máscara e esperei até que todos em casa dormissem. Quando eu sai já estava um pouco tarde, mas a festa devia ter começado a pouquíssimo tempo... Entrei na casa abandonada e fui pro andar de cima, na onde ficava o espelho. Do outro lado, o portal com as boas vindas era lindo, fiquei muito entusiasmada... O segurança pegou meu convite e eu entrei, mas lá eu não tinha companhia e fiquei vagando por um tempo sozinha, apenas apreciando toda a decoração e todas as máscaras por onde passava.
Em certo momento me vi parada em meio a todas aquelas pessoas dançando, cada um com seu devido par, fez com que me sentisse um pouco sozinha e, todos de máscara faz com que isso seja um pouco assustador, de certo modo. De repente um homem veio me chamar para acompanhá-lo na dança. Aceitei e começamos a dançar... Olhei por um longo tempo nos olhos dele, como se estivesse hipnotizada, dentro de um belo sonho. Ele era diferente dos demais no baile, não apenas em relação às vestimentas, mas também no olhar e comportamento. Era o único que vestia um terno roxo bem escuro e uma máscara preta um tanto sinistra, com um formato que lembrava um morcego ou algo parecido, não sei como explicar bem.
Dançamos, em êxtase, em meio ao salão principal... Ele olhava em meus olhos e eu olhava os dele, como se não houvesse mais ninguém a nossa volta. Sem dar explicações ele parou por alguns instantes, pegou um relógio de ouro do bolso, viu a hora e apenas disse, com uma voz de dar arrepios, “Desperte.”. Ele simplesmente correu para fora do salão, que estava vazio... As pessoas haviam sumido subitamente, deixando apenas nós dois na festa.
Lá fora, a Lua me guiou na escuridão dentre um labirinto no jardim, seguindo aquele homem... Sem saber onde iria parar e sem saber o porquê de estar correndo para alcançá-lo. Depois de um tempo correndo, me deparei frente a frente com ele, iluminados pela Lua e petrificados pelo momento.
Em meio a toda sensação, resolvi tirar minha máscara e ele fez um movimento de que iria tirar a dele também... Porém, com certo receio, chegou mais perto e sussurrou em meu ouvido “Pare de sonhar.”. Estávamos a alguns palmos de distância quando ele tirou, bem devagar, a máscara... Eu já vi seu rosto e sabia seu jeito, já o conhecia. A partir daí, vi que “Desperte.” E “Pare de sonhar.” poderiam significar mais do que pareciam, afinal, ele sempre viu as coisas das melhores perspectivas e sempre foi sábio ao falar.
Eu sequer consegui terminar minhas conclusões e ele me beijou. Estava tão envolvida que esqueci completamente de todo o resto... Até que, depois do beijo, quando eu abri os olhos, ele não estava mais lá, mas todas as pessoas meio que ressurgiram. Resolvi ir embora... Cheguei em casa e fiquei pensando em tudo que havia acontecido...
Será que alguém consegue me ajudar a descobrir o que ele quis dizer com “Desperte.” e “Pare de sonhar.”? Os significados podem ser tantos que não consigo achar uma resposta...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Mundo Parque de Diversões

Esses dias eu fui conhecer o mundo Parque de Diversões... Um mágico surgiu na minha frente enquanto andava pela rua e me deu um ingresso para ir (tirado de trás da minha orelha). Ele me disse para pegar um certo trem e me explicou o que era o lugar... Eu fiquei interessada e resolvi ir.
Pequei o tal trem e fui deixada na entrada do lugar, onde um mímico pediu meu ingresso... Dei-lhe o ingresso e entrei no parque. Logo de começo eu vi um mapa... Achei que não estava bem das idéias e até esfreguei meus olhos, só que o mapa estava mesmo de cabeça para baixo. Tentei virar e fazer contorcionismos, mas apesar do esforço, não consegui entender.
Decidi andar um pouco e encontrei a entrada para a montanha-russa. Não sabia se era só entrar ou se precisava de algo, então resolvi não esperar e entrar de uma vez. Quando sentei no banco da montanha-russa, as travas de segurança se fecharam e ele começou a se movimentar sozinho. Ele foi subindo bem lentamente e, lá de cima, eu consegui ver como aquele lugar era imenso e como tinha vários brinquedos e jogos. Só que, depois de subir, como era uma montanha-russa, ela desceu, pegando muita velocidade e tirando totalmente meu fôlego e me gelando a barriga.
Depois, mesmo querendo ir mais vezes, decidi procurar outros brinquedos. Achei um elevador e não pensei duas vezes, sentei no banco, as travas se fecharam e o elevador começou a subir. Foi quase a mesma sensação da montanha-russa: vi grande parte do lugar, que era de se perder de vista e, um segundo depois, o brinquedo caiu subitamente e me tirou o fôlego.
Resolvi procurar o que comer e, simplesmente, apareceram setas no chão... Como se mostrassem o caminho para a praça de alimentação. Achei um portal com a inscrição “Gostosuras e Travessuras”, e no lugar havia várias barracas... Uma vendendo maçãs do amor, outra vendendo pizza, outra vendendo algodão doce, outra vendendo lanches diversos... Peguei umas esfirras e uma garrafa de refrigerante.
Satisfeita, decidi ir em brinquedos mais leves pra não ficar enjoada. O tempo foi passando e eu vi que já havia anoitecido. Resolvi, então, ir na roda gigante e, lá de cima, vi aquele lugar todo iluminado, lindo e brilhante... Realmente mágico e encantador.
Tudo parecia um sonho, mas... Era mesmo sonho, não era? Não sei, pode ter sido real... Fiz muito mais coisas lá e todas muito verdadeiras e intensas. Pena que não tem como ter certeza, afinal, esqueci onde se pega o trem e, mesmo que soubesse, n
ão tenho mais ingresso.
Apesar de o passeio ter dado a sensação de que tudo acabou muito rápido, real ou não, ele valeu a pena... E vai ficar guardado na memória, como tudo na minha vida e no meu mundo.



terça-feira, 9 de março de 2010

Realidades irreais...

Não sei o que acontece, mas tenho tido cada sonho estranho. Sonhei com o Mundo Parque de Diversões, com um belo baile de máscaras... Queria saber o significado disso. Normalmente eu sequer os recordo e, ultimamente, não entendo o porquê desses sonhos confusos, onde nenhum detalhe se esvai da minha mente. Será que isso quer dizer algo?
Tem quem fale que os sonhos são só um passatempo para dormir melhor, outros que dizem ser apenas imagens sem sentido... Também há quem diga que os sonhos mostram o que queremos ou o que há em nosso subconsciente. Pelo jeito meus pensamentos não têm mesmo limite, as imagens e tudo que sonho parece mais verdadeiro do que a própria realidade. Mas, afinal, meus sonhos são mesmo a minha maior realidade.
Seria legal alguém me explicar cada uma das coisas que vi e o que cada uma delas quer dizer. Por enquanto, me resta apenas boas histórias pra contar para vocês. Fico devendo os dois sonhos que citei, ok ?


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Abracadabra

E se fizéssemos de conta que magia existe? Eu pegaria uma varinha e me daria asas... É apenas isso que faço com minha imaginação... Dou asas a ela.
É fácil imaginar, não tem limites... Não se prende a nenhuma das duas maiores fraquezas do homem (dinheiro e tempo)... Só depende de você e mais ninguém.
Ainda imagino o mundo com magia. Você ia poder se defender, sendo forte ou fraco, ia ser justo e sem covardias. Como os duelos travados com espadas há muito tempo atrás... E não como é agora, onde qualquer um pode te dar um tiro a longa distância.
Seria tão mais fácil para escrever, já que minha inspiração resolve vir a noite, para não ficar no escuro seria só uma varinha na mão... E para qualquer outra coisa, uma varinha na mão e caso resolvido, tudo fica ao seu alcance !
Pena não ser assim, mas... Pra isso serve a imaginação. Você pode fazer mágica com sua varinha, afinal, não há melhor varinha do que um lápis e um papel e não há melhor magia do que a imaginação e a determinação !


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Parte 2_ No espelho: Porta Baralho

Já se passou um bom tempo desde que quis entrar pela porta baralho, mas eu nem ao menos voltei ao espelho... Muitas coisas vêm acontecendo e fiquei tão confusa que não lembrei de descobrir o que há depois da porta.
Estava decidida a sumir para meu paraíso espelhado e esquecer qualquer problema... Lá, abri a porta do meu quarto e corri pelo corredor. Passei voando pela sala colorida e, depois de atravessar o labirinto de arbustos, eu fiquei de frente para o lago. Parei ali por um instante, contemplando a paisagem.
Não sei o que estava sentindo... Medo, curiosidade, entusiasmo ou, até mesmo, tudo isso misturado. Fui bem devagar contornando o lago e, apesar da velocidade, logo estava olhando para a porta. De perto ela parecia brilhar, realmente muito linda.
Colocando a mão na maçaneta de coração eu senti algo estranho, girei ela e, quando a porta se abriu, vi do outro lado uma sala muito escura. Fechei a porta no mesmo momento, não gostei da sensação que o lugar me passou. Senti medo e solidão, não sei ao certo... E quando abri novamente a porta, simplesmente, ao invés da sala escura, havia uma sala cheia de lindos ursinhos de pelúcia e uma música agitada tocando.
A solidão e o medo sumiram completamente... Entrei na sala e me diverti com todos aqueles bichinhos e aquelas músicas. Me senti tão bem e despreocupada, mas ainda estava intrigada com o que aconteceu... Como a sala poderia ter mudado ? ... Não demorou muito e meus pensamentos foram interrompidos pela fome. Resolvi sair da sala para procurar o que comer na cozinha...
Quando fechei a porta, não sei explicar, mas algo me fez olhar para ela. Resolvi abrir ela outra vez para ver se tudo estava como deixei e, tomei um susto ! A sala tinha uma mesa enorme com uma cadeira e havia muita comida sobre a mesa. Esfreguei meus olhos, sem acreditar, mas era exatamente o que tinha visto.
Entrei e olhei a mesa atentamente... Pães, frutas, doces, sucos, café e leite, queijos, manteiga e requeijão, pão de queijo, bolos. Aquela mesa tinha cada coisa gostosa e tinha tudo que eu gostava na hora do café da tarde ! Peguei um prato e o enchi de pão de queijo, também peguei a manteiga e uma xícara de café com leite e me sentei na cadeira que por sinal era a mais confortável que já tinha me sentado.
Depois de estar satisfeita, sai rapidamente... Fechei e abri a porta mais uma vez. Dentro, agora, não tinha mais o banquete dos sonhos, mas sim uma poltrona azul bem fofa e aconchegante e uma TV enorme. Fiquei muito tempo sentada apenas olhando a TV desligada e tentando achar respostas para todas aquelas dúvidas...
O tempo comigo mesma me fez deduzir a idéia mais surreal para o que estava acontecendo: o lugar depois da porta mudava conforme a minha vontade. É, eu não sabia controlar isso ainda, mas a sala era totalmente ligada ao que eu sentia e pensava...
Agora vocês sabem porquê sempre pareço tão feliz... Afinal, tenho todo o tempo que quiser e qualquer coisa ou lugar que precisar para esquecer os problemas... Seja sozinha vendo TV ou em um parque de diversões... Eu tenho um esconderijo mágico...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Parte 1_ No espelho: Um resumo de como começou

O que será que tem do outro lado do espelho ? Se você vê seu quarto e do outro lado do espelho é exatamente do mesmo jeito, você logo deduz que é o mesmo lugar, mas não é. Depois do alcance da sua vista as coisas podem ser totalmente diferentes.
Lendo o livro de Alice eu pensei muito nisso. Do outro lado do espelho é um lugar que você não conhece... Um lugar diferente do que você está acostumado, mas mesmo assim você continua a achar que sabe exatamente como é do outro lado, já que é mais fácil para você achar que é igual e deixar tudo como está.
Seria realmente fascinante atravessar o espelho e conhecer o outro lado... Quem sabe fosse mais divertido e interessante do que aqui ? Olhando para o espelho do meu quarto eu consigo enxergar ele todo, porém fora dele é um enigma...
Atravessando para ver o resto da casa, ela é mesmo mais interessante do que a desse lado... Do outro lado do espelho há outro quarto além do meu, um quarto de hóspedes totalmente preto e branco. O piso é quadriculado, com móveis pretos e outros brancos, cama quadriculada. O corredor que liga os quartos à sala é bem curioso: um pouco depois da porta do quarto preto e branco o corredor também é preto e branco, mas, conforme se chega perto da sala, as cores estão meio que voltando... Como se tivessem colorido pela metade o corredor e, no fim, o corredor já está inteiro colorido.
A sala é muito colorida e os móveis são cada um de uma cor... Cores bem vivas e nada de cores repetidas. Apenas os sofás são de várias cores, como um arco-íris. A cozinha e os dois banheiros são extremamente comuns, mas grandes e aconchegantes... Com tudo que uma cozinha normal tem, com tudo que um banheiro comum tem.
Por último, o jardim... Depois de abrir uma grande porta de vidro temperado que fica na sala, logo se vê uma mesa de vidro para tomar café e pouco depois da mesa há um imenso labirinto de arbustos... O labirinto tem duas saídas: uma dá em um campo de flores azuis e roxas com apenas uma árvore, uma grande cerejeira... A outra saída acaba em um belo lago, não muito extenso e nem muito fundo, mas cristalino e com muitos peixes diferentes e coloridos.
Do outro lado do lago existe uma pequena porta, parecida com uma carta de baralho. Ela fica simplesmente no nada, mas tenho certeza que, se abrir a porta, ela dará em algum lugar, e não apenas no resto das árvores depois do lago. Pena ninguém ter contornado o lago e aberto a porta para ter certeza.
Eu vou abrir a porta hoje à noite... Sinceramente estou muito curiosa para descobrir que mistérios há do outro lado. Se quiserem, conto depois o que vi lá...
Agora tenho que voltar para minha casa, só assim consigo entender o que escrevi. Afinal, por enquanto dentro do espelho, está tudo ao contrário... Espero que vocês consigam entender o que eu escrevi, mesmo eu sequer conseguindo ler.